domingo, 22 de dezembro de 2013

Claustrofobia.

"Eu poderia morrer por você.Só não te conheço.
Cárcere sem tamanho,proporção ou respeito.Não vejo seu fim, e procuro pelo começo.
Dei-te o meu coração,minha alma e todo meu amor.Tijolo não retribui beijos.
Paredes sólidas e totalmente intangíveis, me permitem uma brecha para que eu possa suspirar pelo mundo que não possuo.

Acordo.Não me lembro de ter dormido,mas o tempo desvia seu curso deste cárcere, e minhas noções são totalmente dedicadas a estas muretas frívolas.
Socos na parede como pulsações.
Memória que corrompida pela ação do esquecimento,meu único amigo.Amigo sim,me faz desabafar e queimar minhas memórias para que a dor seja reduzida.
Memória acordou e invadiu meu exílio precioso para me torturar e fazer-me sentir dor de novo.
Mãos frias e brancas,pés estreitos e graciosos e meu coração que palpitava em sua própria língua.Agora palpita de novo,porém mais forte ao passo que minhas saudades consomem minha alegria de ficar a sós com minha imagem em forma de parede.

Fogo se ergue,e você era tão fria.Eu amava.
Agora esse fogo queima a areia do meu próprio deserto e a transforma em vidro.
Só consigo me ver no vidro.Talvez porque só exista a mim.
E minhas lágrimas solitárias."

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