sábado, 15 de junho de 2013

Desespero.

"Aos cantos que atravessaram os séculos,
 Insípidos de alegria e acorrentados pelo temor
 Voraz da alma, o lobo se esconde na pele do cordeiro;
 As canções que se satisfazem com as lágrimas comovidas
 De Rainhas e princesas, são o latíbulo do medo.

 Medo castiço de um cheiro que nunca mais volta,
 Medo sacro e cortês do amor saudoso,
 Medo da rejeição e do desprezo,
 Medo da deleitosa solidão.

 O desespero uiva ao som de harpas e bandolins,
 As sensações entornam-se e se agravam,
 O que um dia já foi amor sufoca e reprime com força.

O sujeito, às sós com sua angústia, clama por um
Coração que nunca te pertenceu,
E chora por uma mão que nunca foi tua."