"Aos cantos que atravessaram os séculos,
Insípidos de alegria e acorrentados pelo temor
Voraz da alma, o lobo se esconde na pele do cordeiro;
As canções que se satisfazem com as lágrimas comovidas
De Rainhas e princesas, são o latíbulo do medo.
Medo castiço de um cheiro que nunca mais volta,
Medo sacro e cortês do amor saudoso,
Medo da rejeição e do desprezo,
Medo da deleitosa solidão.
O desespero uiva ao som de harpas e bandolins,
As sensações entornam-se e se agravam,
O que um dia já foi amor sufoca e reprime com força.
O sujeito, às sós com sua angústia, clama por um
Coração que nunca te pertenceu,
E chora por uma mão que nunca foi tua."