sábado, 16 de março de 2013

In Ultimum Piece.


  Agora é por volta da meia-noite, e os sinos da igreja dobram em suspiros melancólicos, como um coro formado por espíritos no auge de suas agonias eternas.A cidade aparenta estar morta, pois o único habitante que vejo é o silêncio que conforta os corações desesperados nas casas.
  Não consigo dormir, pois o sono teima em dançar livre por toda a casa ao invés de me ceder seu deleite : A passagem para o outro mundo, aonde os segredos são regra e ela é cumprida sem resistência.
  Observando pela janela vejo a mais perfeita harmonia de de cinza e branco, estagnando a paisagem e a transformando na valsa da solidão.É isso que se deve esperar de uma cidade dessas.
  Atormentado pela insônia e ensandecido por um chamado misterioso e atrativo, parto de encontro à dança da madrugada sem uma mínima expectativa ou ânsia, sendo guiado apenas pela beleza.
  Agora,no centro nervoso da cidade, sinto o frio me tocar, e como sem precedentes, me sinto sozinho de novo.
  De joelhos já por duas horas em frente à sede da prefeitura me pergunto : Aonde está essa peça que está faltando ?
  

Aonde está a peça que completa a todo nós ?