sábado, 23 de novembro de 2013

Círculo da Luxúria.

  Luxúria.
  Foi tudo que Rei Minós disse após ter cheirado-me ao modo de um cão caçando sua presa frágil.Suas mãos com sangue seco misto ao novo que cai junto com enxofre todos os dias do Limbo.Assim começa uma vida no inferno.
  Violência, ganância, gula, ira são exemplos diversos de sentenças que o demônio bizarro profere às almas frescas.
  Luxúria é aonde fui condenado a passar toda a longa eternidade. Merecido local, ao ver-se que me aqueci a vida toda com mais leitos de mulheres do que com o próprio fogo.Tive minha esposa para amar e me derramar em seus olhos por toda a vida, mas foram os meus olhos que turvaram a pureza da minha alma em carna vida e prazerosa.
  Me emana da garganta o quinto canto em ciclos.Não há fogo,só tortura de corpos frios se misturando a clamores falsos e lamentos separados nos cantos, em que o cinza e o escarlate cobrem a paisagem semi iluminada e pintada a pinceladas ensandecidas de almas desesperadas e solitárias. Castigo justo para os que desrespeitaram a ciência natural da beleza e se lambuzaram desenfreadamente do pecado.
  Um fio tênue separa uma sensação de suavidade da pele da mulher que insiste em te fatiar com os olhos, a uma mulher que vai te fatiar com sua carne.Uma escolha não simples tampouco lógica muda o faro do cão Minós e te torna o imperdoável,porém punível.
  Escolha um círculo no inferno, e apodreça nele.
  Espero que me verdadeiro amor me perdoe.
 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Parasitas.

"Correndo,bem mais depressa do que se deseja.O mundo corre assim. Ganância não é um via de expressão do desejo nem uma libido que se corresponde com a matéria morta. Não basta ter, o necessário é sofrer para ter o que torna tudo mais saboroso.
  Olhos que falam muito se cegam e se fecham com uma facada. Na lâmina está a impessoalidade e a mão do cabo é o extremo de quem ama sem pudor de perfurar os rins de seu Amor.
  O Amor já está quase decomposto e com sinais de estupros recentes.Ele se levanta,desmontado e corrompe o ar com pragas sem rumo,mas faz uma acertar, e é cantada na língua que só a Vingança conhece e sabe ouvir.Vingança tem boa memória aliás.
  Mesmo sem forças ainda me arrasto de encontro a meus vícios e ons enfrento como quero ser livre para enfrentar o mundo.E então sinto o verme parasita mais voraz, a luxúria.Ela me consome e me faz consumir  ao que transcede a meu corpo,de maneira específica e desregulada.Me ensandece e aguça meus sentidos em torno do meu objetivo carnal.As rédeas do controle estão na mão de uma natureza que briga com o destino pela posse dos seres que sentem,são esses que realmente veem o mundo e modelam à sua maneira.
  Modelaria eu como deveria,mas os parasitam me drenam o sangue."