segunda-feira, 13 de julho de 2015

Poema do pequeno Baú, ou A Caixa de Pandora.

"Eu tenho um palpite
 Eu tenho um palpite
 Eu tenho um palpite
 Eu tenho um palpite.

 Não.

 É quase tudo que me sai à cabeça,
 Quando o bauzinho faz os sons graves
 Virarem , no ar, signos misteriosos,
 Ou ostenta , de próprio significado
 Um ainda mais misterioso signo :
 Um sorriso.

 O bauzinho se deixa levar pelo embalo saboroso
 Da noite de festa,
 Mas sou , de fundo orgulho,
 O conhecedor primo dos seus segredos.

 Segredos esses que atraíram um certo
 Curioso
 A fuçar-te as dobradiças
 Atrás das respostas às próprias inquietações da vida
 Dentro de um bauzinho
 Sem tranca,
 Mas com singular fecho.

 Não tenho sua chave,
 Não o controlo,
 Mas torno um prazer da vida
 Fazer o bauzinho gargalhar,
 Para que seu interior eu veja.
 Não é tão raso quanto o mesmo se imagina,
 Guarda em si profundas
 Forças,
 Fraquezas,
 E um mundo tão em si
 Que não vejo o Baú como uma coisa,
 Mas
 Sim
 Algo em si,
 Que sempre guarda o mais essencial caráter humano,
 E que não pode ser apenas a caixa de Pandora,
 Mas a própria Pandora :
 Única,
 Primeira,
 Magnífica.

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