sexta-feira, 13 de março de 2015

Noite de Escuro Eterno.

"O mundo está lá fora,
  Pronto para ser consumido.

  Deixo o vil prazer às carnes mais ansiosas;
  Que fazem luzes e barulhos sem pudor,
  Como se a própria natureza da escuridão
  Fosse cega e surda.

  Os menores deleites são os mais imprescindíveis,
  Na noite de escuro eterno;
  Em que as chamas da vela iluminam o espírito
  Através do próprio corpo, como no papel;
  E destacam na escuridão virgem da parede
  O espírito de todas as coisas,
  Que é sombrio tanto de dia como de noite.

  Atiro esse anel de ouro junto à tempestade
  Que enfurece noite adentro.
  Molha minha janela
  Com chuva
  E minha cama
  Com sangue.

  O fogo noturno apaga.
  A lua mudou de posição como faz o sol;
  Então por ela marco as horas regressivas
  Que a noite noite me faz aguardar
  Ante a terrível sentença de um dia luminoso.

  As brasas remanescentes da lareira
  Têm um brilho tímido,
  Ao que leva a crer que,
  Quanto mais forte um fogo na escuridão
  Menos luz ele parece ser;
  Apenas uma janela ao inferno."

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