segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Leviatã.

"A Lenda do mar, cantada por muitos séculos em bares e ruas de cidades litorâneas da Irlanda, Inglaterra e até nas terras da América ; é uma história que prende e arrebata a atenção de crianças e ouvintes corriqueiros, mas provoca frio na espinha de qualquer trabalhador de navio pesqueiro e baleeiro, isso porque a lenda já foi vista por esse homens.
 Essa lenda é o poderoso Leviatã.
 O Leviatã ;dizem ser uma fera demoníaca em forma de baleia,que vira os navios e atrai os horrores do mar para perto dos que sobrevivem à queda, e persegue-os até não poderem mais nadar e se entregarem a uma morte agonizante.
 No meio de uma dessas conversas animadas de um certo restaurante humilde em um canto costeiro dos Estados Unidos, um grupo de jovens discutia calorosamente sobre possíveis testemunhas da fera marinha, até que um velho obsoleto no canto escuro do lugar grunhe confusas palavras e só pode ser entendido que ele já tinha visto o Leviatã.
 Se a intenção do velho de barba grande e grisalha era arrancar atenção dos rostos corados e vivos dos jovens americanos,de fato obteve êxito,e gravou em sua conquista um sinuoso sorriso de dentes amarelados.
 Contou histórias inéditas e ainda mais mirabolantes sobre como escapou por fiapos de seu encontro com a entidade ,e acabou arrancados suspiros boquiabertos dos mais céticos rapazes.
 Despediram-se do velho e prometeram voltar no dia seguinte para ouvirem mais.
Tarde da noite, as camas e cobertas já aquecem centenas de pessoas que tiveram dias carregados e atarefados, e os lampiões fazem suas vigílias reconfortantes nas ruas desertas.Todos os habitantes daquela cidades já se retiraram para descansar. Exceto um.
 Uma figura curva e sombria se arrastando no meio da noite,se dirigia ao cais.
 Estava chovendo, e os barulhos dos pingos chocando-se contra a capa de chuva da figura soavam auspiciosos e alertas.
 Um barco foi ocupado na madrugada,e levava um viajante o levou através de algumas sombrias águas,até aportar em uma gruta,com bastante água.
 Quando tirou sua capa de chuva, se mostrou o velho contador de histórias do restaurante.
 Trazia consigo uma bode velho. Tirou uma marreta do interior do barco e fadou com um só golpe o destino cruel daquele bode velho.
 Com o sangue desenhou formas distorcidas no chão e pôs um dos chifres quebrados no centro do desenho.
 Não bastou um palpitar do coração,e das água negras da gruta emergiu um ser enorme, em forma de baleia,porém com graves ferimentos infeccionados e infestados de vermes que transbordavam sua pele úmida e pútrida, e nem pareciam incomodá-la...
 O Leviatã era ainda mais horrendo que nas histórias,mas não por estar morto-vivo,mas por ser real.
 E sua sede de morte seria brevemente saciada, pois um navio pesqueiro da madrugada partia rumo ao seu destino incerto.
 E então a baleia mergulhou e sumiu no interior das águas umbrosas.

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