sábado, 3 de outubro de 2015

O Canto Perdido.

"A outra vida soprou-me uma canção desesperada; que outrora fora embalada pelas primeiras Vespas nos esgotos e arredores da primeira Colmeia, ainda antes do primeiro horror.

"De um mundo perdido, falamos.
 Sem ruas ladrilhadas, só o ranger de máquinas;
 O trabalho incessante
 O silêncio agoniante,
 O medo que consome espaço;
 O esperamos das profundezas
 Do Oceano;
 Mas de nossas entranhas
 Vem o cheiro que o atrai;
 Os ferrões nos rasgam
 Mas é o mel que sai.

 A cruel roda do Destino,
 Acende e apaga a Lua,
 Arbitra por tudo que há
 Purifica de forma nua
 Em forma de duas expressões;
 O cara-e-coroa do existir
 E brilho final dos seus olhos
 Nas lanças dos Zangões.

 O sangue ainda é fresco
 E nem por mais mil anos esqueceremos
 Do horror que mostrou sua primeira face,
 Criado na Cidade das Brumas
 Pela desobediência ao Arquimago;
 Mistério que se fechou com Abelha-Rainha,
 Em sua mão,
 Porém nasceu puro
 Nos olhos do Centurião.

 Que algo tenha piedade
 Do que sobrará de nossas almas."

 Um terremoto interrompeu a leitura de Mikhail, e quando olhou para a parede norte da Colmeia, viu a coisa se erguendo."




Nenhum comentário:

Postar um comentário