"A outra vida soprou-me uma canção desesperada; que outrora fora embalada pelas primeiras Vespas nos esgotos e arredores da primeira Colmeia, ainda antes do primeiro horror.
"De um mundo perdido, falamos.
Sem ruas ladrilhadas, só o ranger de máquinas;
O trabalho incessante
O silêncio agoniante,
O medo que consome espaço;
O esperamos das profundezas
Do Oceano;
Mas de nossas entranhas
Vem o cheiro que o atrai;
Os ferrões nos rasgam
Mas é o mel que sai.
A cruel roda do Destino,
Acende e apaga a Lua,
Arbitra por tudo que há
Purifica de forma nua
Em forma de duas expressões;
O cara-e-coroa do existir
E brilho final dos seus olhos
Nas lanças dos Zangões.
O sangue ainda é fresco
E nem por mais mil anos esqueceremos
Do horror que mostrou sua primeira face,
Criado na Cidade das Brumas
Pela desobediência ao Arquimago;
Mistério que se fechou com Abelha-Rainha,
Em sua mão,
Porém nasceu puro
Nos olhos do Centurião.
Que algo tenha piedade
Do que sobrará de nossas almas."
Um terremoto interrompeu a leitura de Mikhail, e quando olhou para a parede norte da Colmeia, viu a coisa se erguendo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário