"Sucessivas colheitas, rostos rosados e suados de tanto trabalho no campo.
Verde infinito,cresce do chão, das árvores, e dos bancos.
Farturas acentuadas e celebração ,cheia de vinho, à felicidade.
A esperança foi usada como apoio ao pé desigual da mesa.
A fé em tempos melhores foi alcançada, brindes ao êxtase insaciável
Da boa vida.
Mais um dia nublado,mais um dia de trabalho.
O tolo do tempo que fale à toa, a alegria está impecável.
A terceira safra consecutiva está pronta.
Aonde Deus se esconde ?
Ele podia ver o homem sendo feliz.
Fim do dia, carros cheios e hora de apreciar o trabalho feito.
A terra começa a tremer e o chão se abre.
O inferno está a caminho.
Uma imensa cobra se ergue do chão,
De forma tão dramática quanto
Apocalíptica.
Sua locomoção destrói as plantações e a coisa constringe a casa do fazendeiro
Como se fosse a presa de uma cobra normal.
"Dá-me o que comer", disse a besta.
O fazendeiro não sabia o que ela comia e se dirigiu humilde a perguntar.
Em resposta, a cobra enfiou a cabeça dentro da casa e engoliu uma de suas três filhas.
O homem ficou chocado,mas manteve-se calmo.
A cobra despejou seus dejetos, que logo o fazendeiro reconheceu como puríssimo adubo.
Cada dia o homem assassinava um de seus semelhantes e levava a oferenda à cobra,
Buscando poupar sua família,
Mas principalmente obter o poderosíssimo fertilizante
Que lhe fazia lucrar mais que os outros fazendeiros.
Um dia acabaram-se as pessoas a quem matar.
Então o fazendeiro ofereceu sua mulher.
E se lamentou.
Depois ofereceu sua duas filhas,
Mas estava insano e voraz por dinheiro
E não se lamentou.
Chegou o dia em que havia apenas ele e a cobra.
Se não poderia mais obter dinheiro
Preferiu se entregar.
A cobra ergueu a parte superior de seu corpo,
Como num bote fatal.
Desprendeu-se da casa e foi embora,
Deixando o fazendeiro confuso e desolado.
Quando olhou para a última pilha de dejetos
Viu encrustada a cabeça de sua última filha."
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